quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Técnicas Teatrais - 5º Parte

Dramaturgia Espírita 1º Parte

- Dramaturgia e teatro são as mesmas coisas?


Quando falamos em dramaturgia estamos nos referindo aos textos literários produzidos para o palco, ou seja, para serem interpretados por atores diante de uma platéia e teatro é qualquer espetáculo montado com a finalidade de representação perante um determinado público e que pode dispensar textos.

Em fim, dramaturgia é o elemento verbal do teatro.


- Quais sãos as responsabilidades do dramaturgo espírita?


O grande foco de um bom dramaturgo espírita será sempre se manter lúcido e coerente, a fim de não cair em deslizes técnicos e doutrinários. Precisa ter nítida consciência do duplo papel que lhe cumpre desempenhar como artista e como paladino de cristo, comprometido com a libertação do ser humano através do conhecimento das leis naturais e eternas da vida.

Não pode, ser intelectualmente ingênuo. Deve estar sempre em uma busca constante do conhecimento e do amadurecimento moral.



A Criatividade


Um bom texto escrito para teatro, só será de uma qualidade elevada quando ele conseguir, com a fluidez necessária, o conflito em dois níveis de emoção. Além disso, o dramaturgo espírita tem que cuidar e muito para escrever uma peça que seja exageradamente moralizante ou demore muito para passar “tal lição”. As cenas devem ter conflitos existenciais ou sentimentais para que essas não fracassem ao serem apresentadas e não devem conter personagens em excesso.


O teatro é uma das artes mais maleáveis que existe e graças a este ponto, ela pode trazer grandes êxitos para o espiritismo, tal como pode trazer grandes problemas.

Focando em nossa responsabilidade como escritores. Devemos estar atentos a diversos elementos para que o nosso roteiro se torne agradável e bem absorvido pelos nossos espectadores.

Vamos analisar cada um desses elementos agora:


- Roteiro de teatro: Comecemos com a pergunta clássica: Por que as boas peças são tão difíceis de escrever? Talvez o grande motivo seja que você não acredite na dificuldade que existe nesta magna tarefa. Se assim acredita, talvez estamos diante de um achado para o teatro espírita, ou então jamais tentou escrever uma peça de alto nível. Pois ao escrever uma peça o dramaturgo tem que se preocupar com diversos elementos. Para começarmos, ele deverá prender a atenção do seu público durante um tempo determinado.


O público aceita-o ou não. O fato de sermos obrigados a ir a um teatro para assistirmos uma peça faz com que nos irritemos facilmente quando ela não estabelece adequada correspondência. Outro aspecto é o enfraquecimento de nossa atenção pela fadiga, de modo que se a peça possui um final fraco, inclinamo-nos a condenar toda a obra. E finalmente, e este é um ponto importantíssimo, nas condições reinantes do teatro, o dramaturgo não pode selecionar seu público.


O dramaturgo tem de prender a atenção talvez de mil pessoas ao mesmo tempo, e se trata de mil pessoas muito diferentes entre si. Isso ocorre quando o texto escrito pode ser enfadonhamente claro para o cientista, pode ser excessivamente emaranhado para a dona-de-casa. Assim, o dramaturgo que se aventure a um tema inusitado, carente de explicações (tal como é o espiritismo para muitos), correrá o risco de enfrentar muitos problemas ariscos.



- Tema: É o assunto geral da peça, presente em toda a trajetória do seu enredo. Podemos tratar de somente um ou de vários na mesma obra. Uma grande falha de muitos dramaturgos espíritas é que eles atacam de uma só vez, em uma única peça todos os grandes temas da doutrina. (Re-encarnação, leis morais, mundo invisível, etc). O fato da peça ter como único tema determinado assunto, não quer dizer que não toque, incidentemente, em outros assuntos que lhe são conexos.


Outros dois pontos de grande importância: A mensagem do espiritismo deve estar implícita em situações naturais convincentes, ao invés de figurar sentenças e discursos (problema grave que acontece em peças infantis). E outro ponto que as idéias sejam expostas de maneira apropriada ao entendimento da platéia, nem muito lentamente (que é enfadonho), nem muito apressadamente (que prejudica a assimilação).



- Gênero: O tratamento que dá ao tema determina o gênero da peça. Um mesmo assunto geral tanto pode ser ensejar uma tragédia como uma comédia, dependendo de como seja abordado. Ou seja, tudo depende da combinação ou não que o dramaturgo fará em seu texto dos gêneros teatrais, mas deve ficar bem claro que o dramaturgo espírita não necessita preocupar-se em demasia com o encaixe do seu texto neste ou naquele gênero. O que o dramaturgo espírita precisa é saber como realizar as suas intenções de forma plausível no trabalho pretendido quanto ao gênero. Ou seja, é conhecer as motivações da lágrima e do riso.


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