sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Desenvolvimento Emocional

Boa noite!
Procurando material sobre o desenvolvimento humano, encontrei um artigo interessante de um pesquisador chamado Erik Erikson. Ele trabalhou junto à Anna Freud, filha do conhecido Sigmund Freud. Espero que seja útil:

As Oito Fases do Desenvolvimento Emocional Humano segundo Erikson
0 a 1 ano - CONFIANÇA - Aprendendo a confiar ao invés de desconfiar

Durante os primeiros dois anos de vida, a criança desenvolve a confiança básica, a segurança e o otimismo. Como ela depende dos pais para tudo (alimentação, afeto, proteção), ela precisa confiar inteiramente neles. Para isso, é preciso que os pais a tratem com muito amor, atenção, apoio e paciência. Caso contrário, crescerá insegura e desconfiada.

1 a 2 anos - AUTONOMIA - Aprendendo a ser independente ao invés de sentir vergonha

O segundo conflito psicológico, segundo Erikson, ocorre durante a primeira infância, dos 18 meses aos 4 anos de idade. Nessa fase, a criança dá um grande salto no desenvolvimento: aprende a andar, a falar, a ir ao banheiro, torna-se independente e ganha auto-confiança.

A criança que tiver uma boa orientação dos pais sairá dessa fase segura de si mesma, feliz com suas novas conquistas e orgulhosa, ao invés de tímida. É importante incentivar a autonomia das crianças nessa fase, mas isso não pode ser sinônimo de indisciplina. É comum que as crianças de 2 ou 3 anos façam cenas no meio da rua, se recusem a dar a mão para atravessar a rua, e digam "não" com muita facilidade. Cabe aos pais explicar carinhosamente o que a criança pode ou não pode fazer sem impedir que se desenvolva. A super-proteção também atrapalha o desenvolvimento e torna a criança dependente dos pais.

3 a 6 anos - INICIATIVA - Aprendendo a ter iniciativa ao invés de sentir culpa

A terceira crise psicossocial ocorre entre os 4 e os 7 anos de idade. Nessa fase, a criança saudável aprende: (1) a imaginar, a brincar no mundo do faz-de-conta e da fantasia; (2) a cooperar com os outros; e (3) a dar e a receber ordens. Aprendem a equilibrar diversão e responsabilidade.

A criança que é reprimida pelos pais nessa fase, sente-se culpada, cresce com medo, fica deslocada dentro do grupo, não tem iniciativa (depende muito dos adultos) e não desenvolve satisfatoriamente a imaginação e a criatividade. É importante que as crianças sejam encorajadas pelos pais a desenvolver sua criatividade, aprendendo a controlar seus impulsos sem se tornarem indisciplinadas.

6 a 12 anos - PRODUTIVIDADE - Aprendendo a construir ao invés de se sentir inferior

A quarta fase surge no início da vida escolar (escola primária). Nessa fase a criança adquire noções básicas para a vida em sociedade, como: (1) relacionar-se com em grupo de acordo com regrais sociais; (2) brincar em grupo de forma organizada, seguindo regras; (3) ir à escola, aprender aritmética, leitura e estudos sociais. O dever de casa é uma tarefa que incentiva a auto-disciplina, que aumenta a cada ano do desenvolvimento. A criança que aprendeu, nos anos anteriores, a confiar, a ser independente e a ter iniciativa, será uma criança competente na escola e sem complexo de inferioridade perante os colegas.

12 a 18 anos - IDENTIDADE - Descobrindo quem é para não se perder

Dos 12 aos 18 anos, o adolescente aprende a responder à pergunta "Quem sou eu?". Porém até mesmo os adolescentes mais saudáveis psicologicamente vivem um momento de difusão da identidade: a granda maioria deles envolve-se em menor ou maior grau com delinqüência, confusão e revolta. Segundo Erikson, durante a adolescência sadia o indivíduo amadurece sua perspectiva de tempo. Este é o momento psicológico mais importante da vida do indivíduo: o jovem descobre o seu caminho e, a partir de suas dúvidas, define sua identidade. Caso os conflitos anteriores não tenham sido bem resolvidos, o adolescente terá dificuldades para enfrentar este grande momento de definição.
Se tiver sucesso, assumirá papéis construtivos dentro da sociedade, ao invés de seguir o caminho da delinqüência, como acontece com o adolescente mal preparado psicologicamente. O adolescente saudável é capaz de planejar seu futuro, antever suas realizações e a lutar por elas, ao invés de ficar paralizado devido a sentimentos de inferioridade. Caso contrário, não conseguirá definir sua vocação profissional, sua orientação sexual e seu papel na sociedade.

19 aos 30 anos - INTIMIDADE - Descobrindo o outro para não se isolar

O adulto jovem e saudável já está preparado psicologicamente para ter intimidade afetiva e sexual com outra pessoa. Independente de seu sucesso profissional, o indivíduo só estará plenamente desenvolvido quando for capaz de ter intimidade com alguém. Aquele que não tiver alcançado a noção de intimidade terá problema para manter relacionamentos, terá medo de se envolver afetivamente e a depender de outra pessoa.

30 a 50 anos - CRIAÇÃO - Aprendendo a gerar para evitar a estagnação

Na vida adulta, o indivíduo precisa produzir, criar, seja através da maternidade ou paternidade, seja trabalhando produtiva e criativamente. Segundo Erikson, as pessoas que são capazes de olharem para fora de si, para a família, terão a sensação de estarem contribuindo para as futuras gerações. Os indivíduos que não constituem família poderão sentir-se estagnados na meia idade. Caso o indivíduo supere as sete etapas anteriores do desenvolvimento psicossocial, é capaz de fazer julgamentos com maturidade e integridade. Sabe confiar, é independente e não tem medo de desafios. Trabalha pesado, enconrou seu caminho na vida e tem uma imagem de si mesmo que o satisfaz. Consegue manter uma vida íntima sem culpa, controle, arrependimento ou falta de realismo. Tem orgulho do que produz: seu trabalho, seus filhos, seus hobbies. Se uma ou mais etapas do desenvolvimento psicossocial não for bem resolvida, o indivíduo pode ter uma imagem ruim de si mesmo, viver insatisfeito, arrependido e desesperado.

A partir dos 50 - SABEDORIA - Integridade do ego ao invés de desesperança

Com a velhice chega o momento de reflexão sobre a vida e seu papel no mundo. É a hora do balanço de suas conquistas e seus fracassos. Se a pessoa está satisfeita com a vida que teve e sente que existe uma união entre ela e as pessoas que a rodeiam, aceitará a morte com integridade. Citando Erikson, a criança saudável não teme a vida, e o idoso saudável não teme a morte. Porém, se o indivíduo chega a essa idade insatisfeito e arrependido, muito provavelmente viverá momentos de desesperança e temor da morte.

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