Não sei bem se é um assunto apropriado para se falar aqui no blog. Mas quando se trata de algo tão sério, acho importante tocar no assunto, especialmente por saber do quanto será cobrado de nós espíritas pelo conhecimento que temos.
Hoje na aula de Cultura Brasileira, falando do cineasta Glauber Rocha e o Cinema Novo, falamos no tocante FOME. Fiquei pensando comigo: "Acho que não passo de uma guriazinha metida de cidade grande".
Gente! O assunto é sério, como podemos ficar alheios à isso? Definitivamente estamos vivendo em uma sociedade alienada.
Já paramos para pensar quantos pessoas estão passando fome? Já ouvi comentários do tipo: "Aqui no Brasil ninguém morre de fome, sempre tem o que comer". Claro, sempre tem o que comer no lixo...
Claro que as dificuldades são provas, que estamos concertando nossos erros... talvez hajam aqueles que digam que isso é a tal da reencarnação. Pode até ser, reencarnação... mundo de provas e expiações... aprendizados pelo sofrimento...ação e reação... causa e efeito. Oh! Que bom espíritas somos nós? Que tanto conhecimento temos? Perdoem-me a ironia! Certamente ela não é direcionada aos leitores. Falo assim para mim mesma. Mas e onde entra a caridade?? Onde fica a compaixão e o amor ao próximo?
Estamos presos ao nosso mundinho, alheios à todo o resto. Precisamos ir à Etiópia, tão conhecida pela miséria? Não. Isso acontece aqui no Brasil. No Nordeste? Sim. Mas também em Porto Alegre, no nosso próprio bairro.
Talvez não esteja ao nosso alcance promover coisas grandes para auxiliar essas pessoas, mas quem sabe possamos simplesmente evitar o desperdício. Quem sabe possamos atender alguém no portão de casa, oferecer um pedaço de pão .Mesmo que outra pessoa tenha desfeito o que ofereceste, talvez a outra esteja implorando por dentro um pouco de comida.
Simplesmente não ignorar essa realidade.
Por que falávamos de Glauber Rocha quando surgiu o assunto? O cara foi o idealizador do cinema dito feio, nojento, esteticamente horrível. Por que? Por que ele sai da ideia de colonizados da Europa e EUA que estamos sendo, em que os filmes não saem da bela paisagem e do apartamento, onde o mais pobre do filme come macarrão no almoço, leite no café e anda de carro, e mostra a dor e o sofrimento humano. Mostra a pobreza, mostra a violência resultante da FOME e a sua verdadeira estética. Quem tem fome quer comer, e quem quer comer tem como único pensamento deixar de ser faminto.
E uma última coisa, pois não posso me estender muito e falar tudo que gostaría por conta do espaço, e para não cansa-los com a leitura.
A FOME física, dói, e dói muito. O que a gente sente não é o limite da fome, a gente sente mais é vontade de comer. Pense que tem gente que chega ao apse da fome.
Mas existe outra fome que também dói e traz tristeza: a FOME do amor, da palavra amiga.
Um abraço.
Gostaría muito de prosseguir com o assunto.
Um comentário:
Nossa! muito emocionante! não tinha pensado por esse lado!! vou repensar algumas atitudes minhas!!!! MUITO BOM!!!
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