sábado, 27 de dezembro de 2008

Curta-metragem: VIVA ARTE

Com muita alegria, trago o primeiro curta-metragem que o Grupo AVE produziu, o "Viva Arte".

Dividido em duas Partes.
Duração: 20 minutos

Em breve, o Making-off.

1º Parte:


2º Parte:

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Curtas Metragens


Ok, já sabemos que é possível a utilização do Teatro, da Dança, das Artes Plásticas e da música no Movimento Espírita, mas será possível a utilização de filmes? É possível a produção?


Claro que é! Este ano, tivemos o prazer de ver diversos grupos trabalhando em filmagens de curtas-metragens amadores, antes, vamos definir bem o que é um curta-metragem.


Curta-metragem é um filme de duração inferior a trinta minutos, havendo no entanto quem para o classificar estabeleça um padrão variável de mais ou menos dez minutos.

O gênero que mais utilizou o formato de curta-metragem foram as animações. Ainda hoje há muitos filmes com acção ao vivo (live-action) e de animação produzidos como curta-metragem, havendo inclusive um premio dos Oscar para cada tipo.

Formato bastante difundido e em expansão no Brasil desde os anos 70, a curta-metragem é também adoptada em documentários, filmes de estudantes e filmes de pesquisa experimental.

Segundo a Agência Nacional do Cinema (ANCINE) em sua Instrução Normativa 22, anexo I, a definição de Curta-Metragem é dada a filmes de até 15 minutos, Média-Metragem para filmes com tempo acima de 15 minutos e até 70 e Longa para filmes com mais de 70 minutos.

Muitos podem achar que para produzir um curta, é necessário sofisticados equipamentos, mas ai que está o equivoco. Basta ter criatividade e o principal, vontade!

Para filmar, uma simples filmadora (Até fotográfica digital, hoje em dia tem a opção de filmar).

Atores? Te garanto que se o objetivo é o bem, diversas pessoas vão oferecer-se!

Para editar, bastar ter um computador e qualquer programa de edição de filmes (Movie maker, Pinacle, etc.)

E se a dificuldade for em idéias para o roteiro, lembra-te que o espiritismo é fonte insaciável de inspiração para a arte, sendo lógica também a aplicabilidade do Cinema. (Já temos algumas grandes produções usufruindo disso).

O Grupo, esse ano, iniciou os trabalhos nesta área, logo abaixo, você pode conferir o trailler do "Viva Arte" e a prévia do nosso próximo Curta "Faces"

São produções simples, por isso mesmo, fica a pergunta: O que te impede?

VIVA ARTE

FACES


quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Dica para o final de ano!



Ler sempre é bom!

Portanto, aproveite este período de férias e atualize sua leitura!

Os livros, acha que são caros?

Tudo bem...

Então logo a baixo, tem um link de um site que possui vários livros de ótima qualidade (Emmanuel, Bezerra, etc) totalmente gratuitos!

APROVEITE!

LINK: http://www.ulissesbatista.com.br/index.php

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Laços (Ties) - Curta metragem


O curta, Laços tem uma boa qualidade de filmagem e dramatização, o roteiro está entrelaçado de forma indireta com o final da história, criando dessa forma, um clima de expectativa bem interessante.

Foi produzido há algum tempo, mas creio que muitos ainda não assistiram, então, bom “curta”!

domingo, 14 de dezembro de 2008

OS CENTROS ESPÍRITAS E A ARTE MEDIÚNICA

OS CENTROS ESPÍRITAS E A ARTE MEDIÚNICA

Entrevista com Divaldo...

Pergunta: - Que orientação deve ser fornecida aos Centros Espíritas que queiram desenvolver atividades no âmbito da arte mediúnica?





Divaldo:
- Devemos ter muito cuidado para não nos desenvencilharmos da atividade central – a divulgação doutrinária – para os modismos que, periodicamente, surgem no contexto da sociedade. Cada época tem os seus objetivos, mas também os seus azares. Costuma-se dizer-se, em Sociologia, que cada época tem as suas virtudes e os seus pecados. O nosso movimento também não pode ficar indemne a acontecimentos dessa natureza.

Vivemos, agora, a época de dois grandes modismos: curas e psico-pictografia. A Sociedade espírita que não tem em casa um médio pintor ou um médium curador, parece que fica meio frustrada, embora, depois de alguns anos, isso desapareça e perca o ardor, que no momento encanta.

Um psicólogo me disse, uma vez, que uma coisa que ele observava nos presidentes de Centros Espíritas, era a projecção da sua imagem, da sua sombra.

Quando a pessoa se sentia frustrada socialmente, quando não havia triunfado na área social, tornava-se presidente de Centro Espírita. Fiquei muito chocado, mas, observando muitos comportamentos, com grandes exceções, vi que essa era uma forma de projecção de imagem.


Agora está na moda a presença de grandes médiuns, meios médiuns na arte da pintura, alguns bons, como é normal, outros menos bons, mas nem todos realizando tentativas valiosas. Igualmente, o mesmo ocorre na área das curas, das cirurgias psíquicas, das cirurgias mediúnicas e outras, provocando, em alguns setores, mais males ao nome do Espiritismo do que benefícios.

Não me parece justo, agora, transformarmos os Centros Espíritas em ambulatórios médicos para competir com a Medicina. Esta não é a finalidade da Doutrina Espírita, porque “os pobres vós sempre os tereis”, disse Jesus, como a dizer, como teremos ricos e injustos, teremos depois pobres e sofredores. Sempre teremos doentes, em consequência, porque a problemática não é a da aparência do corpo, mas do espírito endividado.

A própria Organização Mundial de Saúde reconhece: Não há doenças, há doentes. Nessas pessoas predispostas, a doença se instala, porque houve o desequilíbrio na sua harmonia psicofisica, ali se localizando os agentes patológicos.

Ora, esses amigos estão preocupados em atender aos doentes (sem nenhuma crítica, é uma análise de situação) que transformaram a sala de estudo em ambulatório, colocando camas para que os doentes venham e deitem-se, recebam tratamentos especializados, escutando, às vezes, a leitura de uma página do Evangelho.

Sabemos dos excelentes efeitos do Evangelho, mas a Doutrina Espírita não é apenas o Evangelho. Ela é a aplicação moral do conhecimento espírita. Sem a Doutrina Espírita não se pode entender o Evangelho em passagens muito preciosas. Sem a reencarnação, sem a comunicabilidade dos Espíritos, muitas páginas do Evangelho ficam, para nós, toldadas em seu significado. Esse comportamento, de curas, faz que o Centro Espírita esteja mais para um ambulatório de pessoas doentes do que para Núcleos de saúde integral.

Na área das pinturas mediúnicas, as pessoas ao invés de trabalharem a renovação moral do médium, de o tornarem espírita, permanecem no fenómeno, sem os aprofundamentos indispensáveis.

A moral não tem nada a ver com a mediunidade, dizem. Realmente, não tem. A mediunidade é amoral; mas o médium espírita tem que ser moralizado, para poder sintonizar com os Espíritos moralizados. É o velho ditado: Diz-me com quem andas, que te direi quem és”. Parafrasearemos aqui: "Diz-me quem és e te direi com quem andas”.

De acordo com o comportamento do médium, poderemos saber quais os Espíritos que com ele se afinam. Então, a tarefa do Centro Espírita está muito bem delineada na Codificação. Não é pelo facto de termos, hoje, um médium psico-pictográfico, ou um médium de efeitos físicos, ou um médium psicógrafo, ou um médium orador, que o Centro Espírita deve agora girar em torno dele, porque isto é um desvio da finalidade precípua da Casa Espírita.

Vamos, então, reservar a esses companheiros uma oportunidade para que treinem e, nos momentos próprios, possam apresentar a arte espírita, no caso específico provando que realmente se trata de desencarnados, graças à identificação dos autores que dele se utilizam.

Kardec abordou várias vezes a arte espírita. Da mesma forma que houve a arte pagã e a arte cristã, - disse ele – haverá a arte espírita. Mas procuremos ter muito cuidado, para que não apresentemos uma caricatura de arte, em nome da Arte Espírita.

Divaldo Franco

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Reforma PRONTA!


Olá queridos amigos e amigas.

Informo que as mudanças estão prontas no blog!

Claro, lembro que nada é para sempre e queremos muito a sua opinião!

Por isso esse Post ficará, para que você sugira idéias (através de comentários) de novas implementações, matérias, etc.




Abraço a todos!












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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Grupo AVE- Arte Plásticas

Olá irmãos.

Agora trazemos com muita alegria, uma história curta, um pouco maior que as tiras.

Em breve, pretendemos começar a produção de uma HQ Espírita. Aguarde...

Então, gostou? Comente!

"Maior união entre os espíritas permitirá que a Arte cumpra seu papel de divulgação doutrinária e elevação das almas"

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Artes plásticas - Espiritismo II



Olá irmãos!

Segue então uma tirinha "espirita".

Seguindo a linha de expansão das Artes Plásticas.

Por hora, o foco está nos desenhos e pinturas, mas em breve já começaremos a postar esculturas, pitografia, etc...

"
Foi Allan Kardec quem primeiro se manifestou sobre a Arte Espírita, em seu livro Obras Póstumas : “o Espiritismo abre para a arte um campo novo, imenso, ainda inexplorado. E, quando o artista reproduzir o mundo espírita com convicção, encontrará nessa fonte as mais sublimes inspirações.”
Reforçando esta idéia Leon Denis, em seu livro O Espiritismo na Arte , traz mensagens do espírito que se apresenta como O Esteta e que nos dá a seguinte definição de arte: “São i rradiações que provêm de um campo supracósmico; mantendo em nosso mundo a luz, a grandeza, a força, a beleza, a bondade, que emanam do foco que forma o centro do campo fluídico divino. (...). A arte é, portanto, um dos meios de se sentir a grandeza de Deus ”.


Diante destas afirmações, concluímos que a Arte Espírita deve ser vista como uma importante ferramenta de divulgação doutrinária e de intercâmbio entre os planos material e espiritual e, se desenvolvida com responsabilidade, “ desempenha um importante papel no Espiritismo"


Abraços fraternos e até a próxima

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Artes plásticas - Espiritismo




Olá irmãos!

Hoje estou postando mais uma história HQ que o Grupo AVE produziu.

Também uma ótima pintura da nossa irmã da Bahia.

A pintura tem o nome "Misericórdia" - Acrilico sobre Paraná - 100X80cm
Artista: Patrícia Moreira

T
ambém, gostaria de perguntar:
O que vocês acham das Artes plásticas (Pinturas, esculturas, etc) insiridas no movimento espírita?
Qual a sua valia? Significado?


Eis ai algumas questões que devemos pensar.


Em breve posto aqui um artigo com essa temática.

Abraço a todos!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

A arte da redenção

A graça de Deus permite entre nós a presença de olhares atentos. Não o olhar que devasta as vidas à procura de motivos para manifestações mesquinhas - o que de resto nos apequenaria... Falamos do olhar aberto às mudanças e perceptível às pequenas alterações circunscritas. Essa sensibilidade tangível a poucos e, por sorte, transferível a nós muitos, nos revela algumas coisas interessantes no que toca a arte.
Antes dos nossos dias atuais, falava-se em Doutrina Espírita fundada naquilo que veio a se denominar “tríplice aspecto”. E com acerto, ciência, filosofia e religião, com pesos semelhantes, compunham o quadro sustentador das obras espíritas, no resplandecer da nova era que surgia. Diga-se de passagem que essa realidade não mudou, pois são inalienáveis pilares do conhecimento, da experiência e do amor. Entretanto, afigura-se nas mais recentes obras espíritas um novo ponto de sustentação basilar: a arte.
Obras recém saídas das “fornadas mediúnicas”, revelam-nos que algo mudou no direcionamento de nossa doutrina pelos nossos abnegados mentores. De fato, não se trata de abandono do que até aqui foi, a duras penas, construído. Ao contrário, afigura-se diante de nós, espíritas, um novo desafio, que revigora-se como o rompante do engessamento que nossas atitudes de hoje apresentam. Em nome do “é preferível negar n verdades a aceitar uma só mentira”, nós mantivemo-nos apáticos, criando regras em demasia, construindo vigilância pela força, não pelo amor. Como se aceitar só a verdade fosse sinônimo de proibição da experimentação e possíveis erros. É por isso que vemos trechos como o que se segue cada vez mais em abundância na literatura espírita:
A ciência e a religião, a arte e a filosofia serão caminhos propulsores da força do pensamento espírita, sobrepujando o materialismo que grassa. Nenhum deles, no entanto, servirá de via preferencial. Por essa razão, urge desenvolver um novo significado para a comunidade adepta da verdade consoladora face ao predominante caráter religiosista. Religião com religiosidade. Religião com educação. Se a religião não educar ficará retida no dogmatismo. Se a ciência não educar, será sovinice. Se a filosofia não educar, transformará em cátedra de vaidade. Se a arte não educar, constituirá um palco para exibicionismo. O momento converge todas as conquistas humanas para a espiritualização da criatura e para o desenvolvimento de seus valores nobres e divinos.
A humanidade transforma-se a passos largos. A crise que se apresenta aparentemente devastadora, é apenas estopim para deixarmos para trás a fase da heteronomia, que embora já constituísse avanço em relação a anomia, está longe do ápice, já que estamos em busca da socionomia e quiçá, em breve, a tão sonhada autonomia ética. Já não nos cabe mais a regulação externa pela força. Mas ainda é preciso nos ampararmo-nos uns nos outros para aquisição desse novo padrão postural mais humano.
A arte, sobretudo a arte espírita, ferramenta afiada pelo tempo na habilidade ímpar de emocionar, constitui potencial divino através do qual conclamam os espíritos da mais alta envergadura, a atentarmos e a utilizarmos, na medida em que rompe àquelas regras que já não servem mais.
É pela arte, manifesta e explicitamente, aliada aos três pontos supracitados, que a espiritualidade procura alcançar as metas traçadas por ela para o destino do Espiritismo, resgatando os indivíduos adeptos dessa doutrina, à compreensão da necessidade imediata da sublimação íntima.
Deixemos de lado, todavia, os aplausos. Dediquemo-nos acuradamente na mensagem que toca os corações e transforma as almas pelo seu caráter sublime. Incentivemos a arte. Pratiquemos-la com interesse, não apenas nas horas de folga, mas como caminho seguro a nossa própria redenção.
Daniel
(colaborador do blog)

sábado, 12 de julho de 2008

Pincel d'Arte


Se não consiguir visualizar, clique em cima ou faça o Download da imagem

Após um bom tempo de estudos e pesquisas, amadurecendo o projeto de uma forma geral, o Grupo AVE com muito orgulho lança o Pincel D´arte.

O principal objetivo desse novo projeto é o de criar histórias em quadrinhos com cunho moral.
Visa todos os públicos, ou seja, de crianças a adultos.

Aos poucos vamos colocando aqui no blog, novas histórias de forma periódica (dez em dez dias) e novas informações desse projeto!

Caso queira outras informações, nos envie um e-mail!
Abraços fraternos e boa leitura!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

VAIDADE A SERVIÇO DO CRISTO?


Faço a você, leitor amigo, uma pergunta maldosa: Qual o primeiro atributo de um artista?
Se você respondeu talento, técnica, inspiração ou vontade, lamento dizer que está enganado.
Com o passar dos anos percebi que todos entes elementos, entre outros, são sim importantes ao artista e fazem parte fundamental de sua expressão artística, mas estão longe de figurarem como os primeiros da lista. Na verdade eles surgem e/ou se desenvolvem como conseqüência do primeiro atributo do artista: a vaidade.
Eu explico meu ponto de vista.
Todo ser humano possui um medo intrínseco à idéia de morte: o medo do esquecimento. Não temos tanto medo assim de morrer (principalmente os espíritas não o deveríamos ter), afinal sabemos que a morte do corpo físico é inevitável. Mas a idéia de sermos esquecidos é assustadora, por isso procuramos deixar marcas para a posteridade.
Trabalhar na arte é uma forma de eternizarmo-nos, deixando livros, músicas, pinturas ou lembranças. Praticamos a mais sublime forma de vaidade.
Pode parecer estranho falarmos da vaidade de um modo tão próximo do positivo, principalmente quando se trata de arte espírita, no entanto eu ouso dizer que existe mais de um tipo de vaidade.
Existe a vaidade comum, aquela que procura exarcebar sentimentos vãos e inúteis ao indivíduo, como o egoísmo, o orgulho, a preocupação excessiva com a aparência em detrimento da essência e todos os atributos sobre quais a doutrina está repleta de textos que nos fazem o chamamento para combater nossas inclinações menos nobres.
Essa é a vaidade a ser combatida.

Mas existe um tipo de vaidade que nunca foi realmente considerada. É uma vaidade que eu costumo chamar de salutar ou produtiva. Esta deveria ser a vaidade do artista espírita.
É esta vaidade salutar, equilibrada, que nos faz buscar a crescente qualidade em cada traço da pintura, naquela rima rara do poema, no acorde harmonioso da canção, no passo bem executado da dança ou na espontaneidade ensaiada de um gesto teatral.
Mas o que diferencia o vaidoso comum do vaidoso salutar? A diferença é de certa forma bem simples: este se vê como um servo da arte enquanto aquele se considera seu senhor.
Claro que a linha que separa os dois tipos é muito tênue e difícil de ser identificada; não poderia ser de outro modo em se tratando de um sentimento pessoal que só pode ser devidamente trabalhado em nível individualizado.
Lembro-me do que diz o consagrado ator, diretor e teatrólogo Constantin Stanislavski, no capítulo XIV de “A Construção da Personagem” capítulo este intitulado “Para uma ética do teatro”:

- Ele (o ator) precisa de ordem, disciplina, de um código de ética, não só para as circunstâncias gerais do seu trabalho, como também, e principalmente, para os seus objetivos artísticos e criadores.
- A condição primordial para acarretar esta disposição preliminar é seguir o princípio pelo qual tenho me norteado: amar a arte em nós e não a nós mesmos na arte.
- A carreira do ator - prosseguiu Tórtsov - é uma carreira esplêndida para aqueles que são dedicados a ela, que a compreendem e enxergam sob um prisma verdadeiro.
- E se o ator não faz isso? - perguntou um dos alunos.
- Será uma pena, pois isto o incapacitaria como ser humano. Se o teatro não puder enobrecê-lo, transformá-lo numa pessoa melhor, você deve fugir dele - replicou Tórtsov.

O princípio de “amar a arte em nós e não a nós mesmos na arte” é uma advertência dos perigos da vaidade para o ser humano. O artista, pela própria natureza e forma de seu trabalho, está mais sujeito aos perigos da vaidade que outros profissionais, pois, o simples fato de se dispor à exposição pública demonstra que possui uma certa dose de vaidade. O Artista Espírita deve direcionar sua vaidade para a qualificação de sua arte, a fim de melhor divulgar a Doutrina.
Os três últimos parágrafos da citação contêm, em conjunto, a essência daquilo que se espera de um artista, seja ele espírita ou não. Enobrecer-se através da arte, fazer dela o seu instrumento de desenvolvimento moral e espiritual. Este conceito vai encontrar eco na advertência de Emmanuel, no livro “O Consolador”:

Qualquer expressão emotiva deve ser disciplinada pela fé, porquanto a sua expansão livre, na base das incompreensões do mundo, pode fazer-se acompanhar de graves conseqüências.
Sei que é um assunto delicado de se tratar. Sei que você que me lê neste momento talvez não concorde em nada com o que digo e gostaria muito que me enviasse sua opinião a respeito.
Vamos todos transformar nossa vaidade. Coloquemos nossa arte a serviço do Cristo, lembrando que o Mestre e a Doutrina merecem o melhor, e não é a vaidade uma maneira de tentarmos melhorar sempre?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  1. STANISLAVSKI, Constantin. A Construção da Personagem (Building a Character). Trad. de Pontes de Paula Lima. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1970.
  2. XAVIER, Francisco Cândido (Médium) & EMMANUEL (Espírito). O Consolador. 16ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1990.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Teatro... No Brasil

Do século XVII ao início do século XIX o teatro é marcadamente colonial, fortemente influenciado pelo teatro português. Os primeiros textos, como o Auto da festa de S. Lourenço, do padre José de Anchieta, são escritos pelos jesuítas de Piratininga, numa mistura de espanhol, português e tupi-guarani. Visam a catequese e são encenados pelos indígenas. Em Minas Gerais, durante o século XVIII, atores portugueses visitam Vila Rica. A única peça local preservada é O parnaso obsequioso, de Cláudio Manuel da Costa, em homenagem ao aniversário do governador.

No Rio de Janeiro, na segunda metade do século XVIII, o Teatro do padre Ventura encena as "óperas" - na verdade, comédias entremeadas de canções - de Antônio José da Silva, o Judeu (Guerras do Alecrim e Mangerona), autor nascido no Brasil mas que vive praticamente toda sua vida em Portugal. E o Teatro de Manuel Luís importa espetáculos de Portugal e da Espanha.

As representações acontecem principalmente em ocasiões festivas, quando grupos amadores montam, em praça pública, peças de tom popular, louvando as autoridades. Depois que a sala do padre Ventura é destruída por um incêndio (1769) e a de Manuel Luís é fechada, d. João VI manda construir, em 1810, o Real Teatro de São João, atual João Caetano, onde também se exibem atores portugueses. Só no romantismo surge um teatro com características nacionais.

Leopoldo Fróes cria a primeira companhia inteiramente nacional depois de voltar de Portugal, em 1908, e procura fixar uma dicção teatral brasileira, livre dos maneirismos herdados de atores portugueses. Para seu grupo contribuem Viriato Correa (Sol do sertão), Oduvaldo Vianna (A casa do tio Pedro) e Armando Gonzaga (Cala a boca, Etelvina!). Nas décadas de 30 e 40 Jaime Costa, Procópio Ferreira, Abigail Maia e Dulcina de Moraes fundam suas próprias companhias, ativas até o fim dos anos 50. A húngara Eva Todor, naturalizada brasileira, e seu marido, Luís Iglésias (Chuvas de verão), além de apresentar comédias leves, revelam textos de Bernard Shaw, Ferenc Molnár e Henryk Ibsen.

Em 1948 o industrial italiano Franco Zampari funda, em São Paulo, o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), marco na história do teatro brasileiro. A posição de preponderância que ocupa deve-se à incorporação de novos talentos: Nídia Lícia, Paulo Autran, Cacilda Becker, Sérgio Cardoso, e à importação dos diretores italianos Luciano Salce e Adolfo Celli, que ajudam a formar os brasileiros Flávio Rangel e Antunes Filho. Com o sucesso em São Paulo, o TBC abre uma filial no Rio. As companhias de Eva Todor, Maria Della Costa, Dulcina e Odilon, Procópio e Bibi Ferreira são contratadas para excursionar em Portugal e suas colônias. Os problemas criados por uma estrutura grande e onerosa, a morte de Franco Zampari e cisões entre os membros do elenco fazem com que, ao longo da década de 50, o TBC se desmembre nos grupos de Tônia Carreiro, Paulo Autran e Margarida Rey, dirigido por Adolfo Celli; de Cacilda, o ma rido Walmor Chagas e a irmã Cleyde Yáconis, dirigido por Ziembinski; o Teatro dos Sete, de Fernanda Montenegro, Italo Rossi e Sérgio Brito; e o de Sérgio Cardoso e Nídia Lícia.

Na década de 70 a censura imposta pelo governo militar chega ao auge. Os autores são obrigados a encontrar uma linguagem que drible os censores e seja acessível ao espectador. Nessa fase, surge toda uma geração de jovens dramaturgos cuja obra vai consolidar-se ao longo das décadas de 70 e 80: Mário Prata (Bésame mucho), Fauzi Arap (O amor do não), Antônio Bivar (Cordélia Brasil), Leilah Assunção (Fala baixo senão eu grito), Consuelo de Castro (Caminho de volta), Isabel Câmara (As moças), José Vicente (O assalto), Carlos Queiroz Telles (Frei Caneca), Roberto Athayde (Apareceu a margarida), Maria Adelaide Amaral (De braços abertos), João Ribeiro Chaves Neto (Patética), Flávio Márcio (Réveillon), Naum Alves de Souza (No Natal a gente vem te buscar).Marcam época também as montagens feitas, em São Paulo, pelo argentino Victor García: Cemitério de automóveis, de Fernando Arrabal, e O balcão, de Jean Genet - nesta última, ele chega a demolir internamente o Teatro Ruth Escobar para construir o cenário, uma imensa espiral metálica ao longo da qual se sentam os espectadores.A partir do final da década de 70, aparecem grupos de criação coletiva, irreverentemente inovadores. Trate-me leão, do Asdrúbal Trouxe o Trombone, aborda o inconformismo e a falta de perspectivas da adolescência e revela a atriz Regina Casé. Salada paulista, do Pod Minoga também calca seu humor nos problemas do cotidiano.

“Na carreira do divino” de Alberto Soffredini baseia-se numa pesquisa do grupo Pessoal do Vítor sobre a desestruturação do mundo caipira. Luiz Alberto de Abreu (Bella Ciao), Flávio de Souza (Fica comigo esta noite) e Alcides Nogueira (Lua de Cetim e Opera Joyce) destacam-se entre os autores. “O Ornitorrinco” de Cacá Rosset e Luís Roberto Galizia, inaugura, com “Os parias” de Strindberg, e um recital da s canções de Kurt Weil e Brecht, uma fórmula underground original. Os espetáculos posteriores de Rosset, “O Ubu” de Alfred Jarry, o polêmico “Teledeum” do catalão Albert Boadella, “Sonhos de uma noite de verão” e “Comédia dos erros” de Shakespeare, são comercialmente bem-sucedidos. Antunes Filho começa a trabalhar com teatro dirigindo um grupo de estudantes. Na década de 50 trabalha como assistente de direção no TBC. No final dos anos 70 rompe com o teatro mais comercial em sua montagem de “Macunaíma”, de Mário de Andrade, um dos marcos do teatro brasileiro. Com Nelson Rodrigues, o eterno retorno, montagem que engloba as peças “Toda nudez será castigada”, “Os sete gatinhos”, “Beijo no asfalto” e “Álbum de família” traz à tona a discussão sobre a obra de Nelson Rodrigues.

Teatro... A Origem

O teatro não é uma invenção grega, espalhada pelo resto do mundo. É uma manifestação artística presente na cultura de muitos povos e se desenvolveu espontaneamente em diferentes lugares, ainda que, na maioria dos casos, por imitação. Antes mesmo do florescimento do Teatro Grego na Antiguidade, a civilização egípcia tinha nas representações dramáticas uma das expressões de sua cultura. Essas representações tiveram origem religiosa sendo destinadas a exaltar as principais divindades da mitologia egípcia, principalmente, Osíris e Ísis (a peça mais antiga que se conhece é um drama religioso egípcio escrito em 3200 a.C., que relata a história do assassinato do deus Osíris por seu irmão Seth. O texto dessa peça, escrito num papiro, foi descoberto por arqueólogos em Luxor, no ano de 1895). Como vimos três mil de duzentos anos antes de Cristo já existiam tais representações teatrais. E foi do Egito que elas passaram para a Grécia, onde o teatro teve um florescimento admirável, graças á genialidade dos dramaturgos gregos.

No continente asiático o teatro também já existia, com outras características, que ainda hoje o singularizam. Na china, por exemplo, o teatro foi estabelecido durante a dinastia Hsia, que se prolongou do ano 2205 ao ano 1766 antes da era cristã. Portanto, o teatro chinês é o segundo, cronologicamente, antes mesmo do teatro grego. Como no Egito, surgiu também com características rituais. Mas além das celebrações de caráter religioso, passaram também a ser evocados os êxitos militares e outros acontecimentos. Assim, as procissões e danças foram cedendo lugar à forma dramática. A Índia começou a desenvolver seu teatro cinco séculos antes da era cristã, depois do aparecimento de seus poemas egípcios Mahabharata e Ramayana, que são as grandes fontes de inspiração dos primeiros dramaturgos indianos.

Países tão distantes como a Coréia e o Japão, mesmo sem contatos com o mundo ocidental, desenvolveram ao seu modo formas próprias de teatro; a Coréia ainda antes da era cristã e o Japão durante a Idade Média (o primeiro dramaturgo japonês, o sacerdote Kwanamy Kiyotsugu, viveu entre os anos de 1333 e 1384 da era cristã). Com seu teatro de extrema perfeição técnica tem entre suas principais manifestações, a dramaturgia , surgida do ensino do budismo Zen e dotada de grande complexidade psicológica e simbólica, e o Kabuki, mais popular, embora igualmente importante. Verificando-se que as representações, nestas nações assumiram cunho inteiramente diverso do grego, podemos afirmar que, para o mundo ocidental, a Grécia é considerada o berço do teatro, ainda que a precedência seja o Egito.

A origem do teatro grego e/ou ocidental está ligada aos mitos gregos arcaicos e à religião grega. Para melhor entendermos a origem deste teatro, vamos conhecer um pouco da mitologia grega porque é daí que ele surgiu. Para os gregos, a história da origem do universo e da vida começa com o Caos, a personificação do vazio primordial, anterior à criação, quando os elementos do mundo ainda não haviam sido organizados. Do Caos grego surge Géia (ou Gaia) que é a Terra de onde nascem todos os seres.

A própria Géia gerou Urano que é o Céu. Como podemos observar na natureza, o Céu cobre a Terra, numa posição que para os gregos era indicativa de uma relação sexual. Este primeiro casamento divino deu origem a Tártaro e Eros e foi imitado pelos deuses, homens e animais. Tártaro representa a outra vida, o mundo subterrâneo, o local mais profundo, nas entranhas da terra, e também o local dos suplícios e torturas, onde eram lançadas as almas rebeldes. Eros é o desejo em todos os seus sentidos e quando personificado é o deus do amor.

Da terceira geração divina, descendente de Géia e Urano, vai nascer Zeus, que é a divindade suprema, o deus da Luz. Zeus é o rei dos deuses e dos homens. Ele tinha poderes extraordinários, não só provocava a chuva, o raio e os trovões, mas também mantinha a ordem e a justiça no mundo. Zeus, apesar de ser um deus imortal, de poder absoluto, também possuía uma personalidade humana, apaixonada e vingativa. Casado oficialmente com Hera, teve, no entanto, numerosas amantes e filhos "ilegítimos". Como vimos, os deuses gregos eram antropomórficos, isto é, além da imortalidade e de poderes extraordinários, também possuíam a forma e o temperamento dos seres humanos, incluindo-se aí todos as nossas fraquezas e defeitos.

Um destes filhos ilegítimos de Zeus era Dionísio também conhecido entre os Romanos pelo nome de Baco, que vem a ser o deus da vegetação, da vinha, do vinho, e dos «ciclos vitais» -nascimento, morte e renascimento. É a sua história que nos interessa, pois nos rituais em sua homenagem haviam representações teatrais, o que nos leva a origem do Teatro Grego e Ocidental.

O teatro romano, influenciado pelos gregos, também ia se desenvolvendo, na mesma época, através de nomes como Plauto e Terêncio. Enormes tendas, com capacidade de abrigar quarenta mil pessoas, eram erguidas em Roma para as encenações. E foram os romanos que criaram a pantomima, que, por meio de música, era realizada por um ator mascarado que representava todos os papéis.

O teatro chegou a ser considerado uma atividade pagã por força da Igreja, o que prejudicou muito o seu desenvolvimento. Paradoxalmente, foi ela própria quem "ressuscitou" o teatro, na era da Idade Média, através de representações da história de Cristo. Enquanto isso, atores espanhóis profissionais trabalhavam por conta própria e recebiam patrocínio dos autores de comédia, através de festivais religiosos que eram realizados nas cortes da Espanha, com alta influência herdada das encenações italianas.

Foi na Itália que surgiu o inovador teatro renascentista, provocando a bancarrota do teatro medieval. Este teatro dito humanista desenvolvido pelos italianos, influenciou decisivamente outras nações européias, por meio de caravanas realizadas por companhias de Commedia Dell'Arte. Outra novidade italiana foi a participação de atrizes, além das evoluções cênicas, com o advento da infra-estrutura interna de palco. Inglaterra e França "importaram" as mudanças italianas e incorporaram-nas em seus intrínsecos estilos teatrais, com destaque para Shakespeare e Molière, respectivamente.

A partir do século XVIII, acontecimentos como as Revoluções Francesa e Industrial, mudaram a estrutura de muitas peças, popularizando-as através de formas como o melodrama. Nessa época, em todo o mundo, surgiram inovações estruturais, como o elevador hidráulico, a iluminação a gás e elétrica (1881). Os cenários e os figurinos começaram a ser melhor elaborados, visando transmitir maior realismo, e as sessões teatrais passaram a comportar somente uma peça. Diante de tal evolução e complexidade estrutural, foi inevitável o surgimento da figura do diretor. O teatro do século XX se caracteriza pelo ecletismo e quebra de tradições, tanto no "design" cênico e na direção teatral, quanto na infra-estrutura e nos estilos de interpretação. Podemos dizer, sob esse prisma, que o dramaturgo alemão Bertolt Brecht foi o maior inovador do chamado teatro moderno. Hoje, o teatro contemporâneo abriga, sem preconceitos, tanto as tradições realistas como as não-realistas.